Ser mulher

 Porque gosto de ser mulher? Existe história para me certificar como tal, existe não só o genero mas a actitude.  

Os meus dias passam agarrada ao fogão, mil e uma dúvidas, mil e uma palavra investigada. Deixo de ouvir o barulho daqui e dali e foco no sabor... Mas as dúvidas só logo desaparecem. Quando as FONTES são lidas.

Penso nas Mulheres - Uma longa história. Que vale a pena aproveitar contar, o papel da mulher na sociedade humana da Antiguidade, porque os tempos actuais já  todos sabemos. 


Dizem os historiadores [ como sabem o carinho que tenho por gregos e romanos], sistemas matriarcais podem ter existido na Idade do Bronze (cerca de 3000 a.C. a 700 a.C.), em Micenas ou Creta. Porém nas antigas sociedades mediterrâneas mais conhecidas, como a da Grécia clássica (séculos 5 e 4 a.C.) ou as do período helenístico (séculos 3 a 1 a.C.), a mulher sem condição legal e sem direitos políticos.

Não seria uma situação generalizada: em algumas cidades (pólis) gregas ou do Egito, o sexo feminino tinha certos direitos de propriedade ou de igualdade legal. Em geral, porém, a mulher dependia do pai e do marido e sua ação restringia o âmbito da casa. Os casamentos eram combinados entre o noivo, ou o pai deste, e o pai da noiva. As viúvas e seus bens passavam para os cuidados do parente mais próximo na linha de sucessão e estes, se quisessem, podiam tomá-las como esposas.


De Aspásia a Lívia

Por outro lado, convém lembrar que a história e a literatura não deixam de registrar exceções ilustres. Aspásia, esposa do estadista democrático ateniense Péricles (séc. 5 a.C.), celebrizou-se como mulher de cultura, respeitada no círculo filosófico de Sócrates. Além disso, a comédia "Lisístrata", de Aristófanes - da qual existe uma excelente adaptação de Millôr Fernandes -, retrata as mulheres de Atenas num papel paradoxalmente ativo.

Para acabar a guerra contra Esparta, Lisístrata comanda uma greve de sexo, que - pondo os homens diante do dilema combater ou fornicar- obriga os atenienses a pôr fim às hostilidades. Falamos de ficção, sem dúvida, mas que elogia a sensatez das mulheres e sugere que elas, melhor do que os homens, poderiam coordenar as questões políticas da humanidade.

Trás os montes elegeu a sua 1a autarca com uma vitória absoluta... parabéns Helena Barril, que independentemente do partido político seja um sucesso de mandato. 


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