[Escrito a 5 de junho de 2023]
Querida Manuela
Após alguns dias sem escrever, alimento agora a alma com estas pequenas letras para si…
Espero que se encontre bem e que a sua criatividade continue cheia de fome.
Todos os dias abro a porta da minha casa a pessoas que não conheço, mas que me chegam com vontade enorme de se alimentar tanto espiritualmente como de alimento.
Confesso que este meu modelo de receber me eleva a um mundo muito mais cheio de amor que no modelo convencional da restauração. Chamo-lhe o meu “innerfood”.
Tenho conhecido gente extraordinária, que me valorizam e reconhecem.
O Rui com a sua simpatia cativa os comensais com as suas gargalhadas fenomenais, o meu companheiro querido!
A minha comida que os separa da modesta fome e sede, e a região que bem tratada é. Nas palavras deste dois anfitriões descobrem um território tanto na sua parte histórica como agrícola, interpretam as pequenas gralhas que o tempo foi esquecendo de lhes dar ênfase. Vendemos aldeias.
Usamos o nosso conhecimento e vivência para dar letracia ao turismo que nos escolhe!
Ultimamente temos recebido americanos, que nos conhecem de trás para frente, assustador mas tão gratificante!!!
Hoje trago para alimento um Galo do campo bem cozinhado com arroz e muito sangue.
A Cabidela perfeita.
Rachando uma cebola roxa coloco-a ao lume com duas colheres de banha, cravinho, louro e malagueta deixo estrugir. Frito o galo, já cortado em pedaços generosos, muito bem depenado e sem pele e osso. Junto ao alho, uma colherinha de colorau, zimbro, carqueja e o ramo de salsa e, vinho branco de boa qualidade, permito à espera para que cozinhe bem e em lume brando.
Assim que tiver bem cozinhado, cresce 4 copos de caldo e ferve mais uma vez.
Ao ferver, coloco dois copos de um bago de arroz português “Carolino” aguardo que coza moderadamente sem calor demasiado mas com bastante caldo, ao repasto junto em forma generosa o sangue bem avinagrado e permito que engrosse o caldo (7mn), sirvo de imediato com um raminho de salsa por cima e agradeço aos deuses por tanta benção.
E assim me despeço de si, com imenso carinho!
Maria Caldeira De Sousa
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