Na véspera de Domingo de Passos em Idanha a Nova, ainda é hábito fazer borrachões, sendo os bolos outrora oferecidos pelas famílias mais ricas do concelho aos mais necessitados, presos e enlutados. Hábito único em toda a Idanha a nova.
Durante séculos se celebra a Páscoa com grande devoção em Idanha-a-Nova. No quarto domingo (quinze dias antes do Domingo de Páscoa) sai a Procissão dos Passos.
Noutros tempos, quando a Procissão de Passos era muito longa davam-se três sermões e as gentes do povo participam em peso. Em cada um dos 7 passos (ou estações), momentos de reflexão interior, parava-se e pelas crianças e adultos era distribuído o borrachão, para que a fome não se fizesse sentir. Alguns homens que levam os andores, guardam no bolso o seu biscoito para ao longo do trajeto irem acompanhando com um cálice de jeropiga ou aguardente.
Antigamente, este bolo era confecionado artesanalmente e cozido pelos fornos das casas senhoriais, muitas vezes pelas mães e avós (criadas de servir) dos meninos em procissão. A oferenda era aceite com muita estima, entusiasmo e alegria.
Entre grandes nomes da História como Gualdim Pais (1187), Afonso Giraldes (1458), fidalgo da casa real do rei D. Afonso V, Domingos Giraldes (1611), descendente do fundador e capitão-mor da vila, sobressaem hoje os nomes da famílias mais ricas e herdeiras das classificadas “casas senhoriais” da vila, famílias que traduziram o borrachão em costume e tradição. As famílias de renome do concelho, como os Marqueses da Graciosa, a família Manzarra Franco e a família Trigueiro Osório de Aragão (Condes de Idanha-a-Nova), juntavam-se neste momento de penitência e Misericórdia que transformaram toda uma vila em momentos únicos de Páscoa.
Noutros tempos, quando a Procissão de Passos era muito longa davam-se três sermões e as gentes do povo participam em peso. Em cada um dos 7 passos (ou estações), momentos de reflexão interior, parava-se e pelas crianças e adultos era distribuído o borrachão, para que a fome não se fizesse sentir. Alguns homens que levam os andores, guardam no bolso o seu biscoito para ao longo do trajeto irem acompanhando com um cálice de jeropiga ou aguardente.
Antigamente, este bolo era confecionado artesanalmente e cozido pelos fornos das casas senhoriais, muitas vezes pelas mães e avós (criadas de servir) dos meninos em procissão. A oferenda era aceite com muita estima, entusiasmo e alegria.
Entre grandes nomes da História como Gualdim Pais (1187), Afonso Giraldes (1458), fidalgo da casa real do rei D. Afonso V, Domingos Giraldes (1611), descendente do fundador e capitão-mor da vila, sobressaem hoje os nomes da famílias mais ricas e herdeiras das classificadas “casas senhoriais” da vila, famílias que traduziram o borrachão em costume e tradição. As famílias de renome do concelho, como os Marqueses da Graciosa, a família Manzarra Franco e a família Trigueiro Osório de Aragão (Condes de Idanha-a-Nova), juntavam-se neste momento de penitência e Misericórdia que transformaram toda uma vila em momentos únicos de Páscoa.
Transcrevendo destas famílias a receita original dos borrachões, pelas mãos de António Catana, investigador dedicado às terras de Idanha e aos seus martírios:
“Borrachões"
1kg de farinha, mais uma pouca 0,5 kg de açúcar 0,5 kg de azeite 0,5 l de jeropiga e aguardente (metade de cada ) 1 colher de chá de canela 1 colher de chá de pó royal 2 ovos Preparação: 1- Bate-se, com uma colher de pau, o açúcar com as bebidas. Depois junta-se uma porção de farinha. 2- Mistura-se o azeite bem quente, em fio, sobre a massa, continuando a bater. Em seguida, vai-se pondo a farinha, amassando-se bem, até a massa ficar preparada para estender com o rolo. 3- Estendem-se com o rolo. Cortam-se com cartel (carrinho) e colocam-se nas latas untadas de azeite,. Picam-se com um garfo e barram-se com ovo batido. 4- Levam-se ao forno de lenha bem quente ou, na falta deste, ao forno de fogão até cozerem.” Especialmente, no final da Procissão dos Passos e em frente ao ex Convento de Santo António, onde se ouvia o Sermão do Calvário, era novamente oferecido o Borrachão. “E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (BÍBLIA, Filipenses 2:8) Deixando em convite a vista a Idanha-a-Nova, o sábado de Aleluia (dia anterior ao Domingo de Páscoa) depois da missa, a população junta-se no adro da igreja e com apitos, chocalhos e adufes celebram a ressurreição. ...com muita emoção neste 2020 perdido, o bolo que se come o ano inteiro e em todos os momentos. Bom apetite!
1kg de farinha, mais uma pouca 0,5 kg de açúcar 0,5 kg de azeite 0,5 l de jeropiga e aguardente (metade de cada ) 1 colher de chá de canela 1 colher de chá de pó royal 2 ovos Preparação: 1- Bate-se, com uma colher de pau, o açúcar com as bebidas. Depois junta-se uma porção de farinha. 2- Mistura-se o azeite bem quente, em fio, sobre a massa, continuando a bater. Em seguida, vai-se pondo a farinha, amassando-se bem, até a massa ficar preparada para estender com o rolo. 3- Estendem-se com o rolo. Cortam-se com cartel (carrinho) e colocam-se nas latas untadas de azeite,. Picam-se com um garfo e barram-se com ovo batido. 4- Levam-se ao forno de lenha bem quente ou, na falta deste, ao forno de fogão até cozerem.” Especialmente, no final da Procissão dos Passos e em frente ao ex Convento de Santo António, onde se ouvia o Sermão do Calvário, era novamente oferecido o Borrachão. “E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (BÍBLIA, Filipenses 2:8) Deixando em convite a vista a Idanha-a-Nova, o sábado de Aleluia (dia anterior ao Domingo de Páscoa) depois da missa, a população junta-se no adro da igreja e com apitos, chocalhos e adufes celebram a ressurreição. ...com muita emoção neste 2020 perdido, o bolo que se come o ano inteiro e em todos os momentos. Bom apetite!
Ora aqui serviço público de qualidade! Parabéns Chef Maria! Bjs
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