Rosmaninhal - onde dogmas são transmitidos de geração em geração influenciando a passagem periódica de rebanhos da Serra da Estrela e das varas de porcos vindos do Alentejo. Marcada região de Idanha a Nova e quase deserta nos dias de hoje podemos assistir em silencio a beleza do parque Natural do Tejo internacional, avistando aves e veados. A sua envolvencia é entre as gentes das Cegonhas, Couto Dos Correias e Soalheira. Fora Vila em 1510 a 1836, hoje quase despovoada mas com muito cheiro a tradição.
Podia falar do cordeiro e do queijo que marca esta Aldeia com grande requinte, mas não.
Trago-vos a sopa de feijão, tão rude como o rosmaninhos que percorrem os caminhos e a pureza de quem lá vive.
Junto de gentes antigas que tive o prazer de conversar, para cozinhar esta sopa devemos usar o feijão redondo (muito usual nesta Beira interior raiana) dizem que fica com o " molho mais grosso" [caldo consistente].
Demolhar o feijão em água fria de um dia para outro.
Depois de lavado em água corrente, leva-se ao lume em bastante água "bastante, mesmo!" juntamente com cebola bem picadinha, alho picado, louro, um fio de azeite, e metade de um pimento verde também picadinho. Em lume lento vai cozendo com as conversas de avental enquanto se lasca bem fino o pão artesanal do Rosmaninhal.
Depois de bem cozidinho, vem o sabor da memória acrescentado pelo poejo verde e o sal que lhe ajuda a alma, e em lume ainda mais brando ferve uns minutos, a terminar serve-se em prato individual o caldo de feijão sobre as lascas de pão.
Simples e cheio de identidade, o conforto no Rosmaninhal que deixo muito para contar.
Sejam felizes comensais...
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