Numa das minhas entrevistas ás gentes da nossa Terra (Idanha -a -Nova), encontrei uma pequena delicia, com provavelmente mais de 150 anos e onde conseguíamos entender o quão requintado era o palato dos nossos avós.
Hermínia Ramos (Ti Hermínia), uma aquariana nascida em 1915, deixa-nos a mercê na memória da sua filha, residente em Penha Garcia.
Já ali perto do laranjal, as laranjas tinham outro sabor, relembra Mila Pires, eram ácidas e perfumadas conta-nos. Sua mãe "Ti Hermínia" contava que na mesa de seus pais nesta altura de Inverno era usual esta tão genuína tradição familiar "Salada de Laranja com Bacalhau", salienta Mila Pires que tornou-se bastante apreciada em Penha Garcia, e muitas as famílias a tornaram tradicional.
Às Laranjas juntava-se o Azeite com sal para que mais doces/ comestíveis se tornassem.
Junto da torneira e água corrente desfia o Bacalhau cru, repetindo que só com aquela água é que o bacalhau seco largava o sal e tornava a lasca fresca, migando a cebola, dizia Mila Pires "...bem fininha em em lua, bem fina!".
Com o perfume cítrico inundando a cozinha, Mila Pires descascava as laranjas azedas, e aos gomos misturava cuidadosamente com todos os ingredientes...
Num fio virgem quase imaculado, sorria e untava a gosto a salada que a levava ao passado de menina e a fazia amar em pequenos actos os próximos comensais.
Borrifos de ovo cozido saíam das suas pequenas mãos, e numa aquarela tornou umas simples lascas de bacalhau em cor de Inverno.
Provei feliz a minha merenda num dia de almoço ao sol de Penha Garcia.
Palavras Chaves: Sabedoria Gastronomica; PenhaGarcia@CasaDaVelhaFonte; em tempo de Covid na Idanha; Maria Caldeira de Sousa
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