Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2021

Ser mulher

 Porque gosto de ser mulher? Existe história para me certificar como tal, existe não só o genero mas a actitude.   Os meus dias passam agarrada ao fogão, mil e uma dúvidas, mil e uma palavra investigada. Deixo de ouvir o barulho daqui e dali e foco no sabor... Mas as dúvidas só logo desaparecem. Quando as FONTES são lidas. Penso nas Mulheres - Uma longa história. Que vale a pena aproveitar contar, o papel da mulher na sociedade humana da Antiguidade, porque os tempos actuais já  todos sabemos.  Dizem os historiadores [ como sabem o carinho que tenho por gregos e romanos], sistemas matriarcais podem ter existido na Idade do Bronze (cerca de 3000 a.C. a 700 a.C.), em Micenas ou Creta. Porém nas antigas sociedades mediterrâneas mais conhecidas, como a da Grécia clássica (séculos 5 e 4 a.C.) ou as do período helenístico (séculos 3 a 1 a.C.), a mulher sem condição legal e sem direitos políticos. Não seria uma situação generalizada: em algumas cidades (pólis) gregas ou do Egito, o sexo femin

Gastronomia, o outro sentido

                                                                                                              Maria José Caldeira De Sousa -Empresária e Cozinheira  Mestranda em Alimentação: Fontes, Cultura e Sociedade (em tese pela UC )  (imagem tirada da net) Gastronomia, a ciência confere-lhe a História da cultura cheia de espírito aventureiro em estudo de Alimentação, Património e Fontes.[no meu exemplo Mestrado faculdade Letras UC.] A descoberta de investigadores que incentivam os prazeres da comida com as suas opiniões interessantes e conselhos apetitosos... Uma História deve forçosamente diferenciar outras histórias, no seu todo, os registros sociais e o resgate das crônicas de vivência cujo chão esconde e se deixa procurar através da “Arqueologia”. Assim é a gastronomia, recuperar a saciedade e os sabores entre mundos distantes. Revelando os seus resultados sob uma perspectiva pessoal, e imbuídos da carga emocional e racional que lhes é intrínseca. Gastronomia não é a formação

DONA CATARINA DE BRAGANÇA – A RAINHA QUE IMPLANTOU O CHÁ NA CORTE INGLESA

 DONA CATARINA DE BRAGANÇA – A RAINHA QUE IMPLANTOU O CHÁ NA CORTE INGLESA. "Dona Catarina de Bragança 1638-1705, era filha do rei dom João IV de Portugal e da rainha dona Luísa de Gusmão, portanto, era irmã do rei dom Pedro II. Seu pai era o duque de Bragança, cujo as cortes tinham convidado a aceitar o trono português que estava sob domínio da casa dos Habsburgos. Dom João IV aceitou a coroa sob uma guerra de independência. Após sair vitorioso dom João falece alguns anos depois, e foi a rainha regente, dona Luísa de Gusmão que teve a ideia de casar sua filha dona Catarina com o rei da Inglaterra, Carlos II. O casamento acontece 1662 e ela parte para a corte inglesa, uma rainha católica numa corte protestante. A vida de dona Catarina não foi fácil. Ela introduziu o chá na corte inglesa, substituiu a louça de prata por porcelana. Após ficar viúva em 1685, retornando a Portugal anos depois para em sua terra natal falecer em 31 de dezembro de 1705. Edmund Waller, um poeta popular na

Reabertura do Restaurante

 

Ensopado de borrego - Idanha-a-Nova

  Piedade, piedade popular Os cantos alimentam a alma como se de alimentos se tratasse. Nestas terras entranhadas estão as primitivas religiões, de longe nos séculos, que se fazem perdurar nas vozes das mulheres. Os nossos antepassados rogavam as almas pela germinação e fecundação das suas sementes, terminado o Inverno. Cultos pagãos que nos fazem viajar na história. A Alta Idade Média oferece-nos a tradição dos dias de hoje, onde o culto aos mortos é celebrado pedindo a intercessão de Deus a favor das almas sujeitas a penas do purgatório, de forma a alcançarem o céu.  A encomendação das almas é um dos cantos de piedade popular, genuíno e português, e segundo Catana (2005) não conhecemos nenhum outro povo que o cante. Durante a Quaresma, altura do renascer das plantas, pequenos grupos de homens e mulheres do mundo rural unem-se e continuam  no alto das povoações da Raia Beirã a dar vida aos cantos de piedade, a “Encomendação (Amentar) as almas”. Mesmo que outrora tenham migrado para Li

Folar De Idanha a Nova (Proença a Velha)

          Desejo e perfume Naquele primeiro dia da semana, Elas acordaram cedo. Andavam apressadas e tristes, batiam no peito e lamentavam, as filhas de Jerusalém. Choravam por elas e pelos seus filhos, a pedido de Jesus (Lucas: 23,28). Levavam perfumes com mãos pesadas, Elas estavam presentes na morte de Jesus (Lucas: 23,49) impotentes e persistentes até ao fim, viram de longe a morte e sua declaração de fim. Acompanharam o corpo sepultado na véspera do sábado, viram o túmulo e o corpo silenciado viram de longe a morte e sua pedra declarando o fim.  S. Lucas escreve e insiste em descobrir naquelas mulheres um motivo, um desejo, uma vontade de não deixar a morte dizer a última palavra (Lucas: 8). Elas prepararam perfumes com especiarias e unguentos para o corpo morto de Jesus (Lucas: 23,56). Guardaram o sábado, repousando! Nas mãos os cheiros, nos olhos a paisagem de morte e dor. O óleo perfumado era uma tradição, algo que era costume fazer com o corpo morto, como a última homenagem. 

Sopa de Feijão do Rosmaninhal

Rosmaninhal - onde  dogmas   são   transmitidos   de   geração   em   geração  influenciando a p assagem   periódica  de rebanhos da Serra da Estrela e das varas de porcos vindos do Alentejo. Marcada região de Idanha a Nova e quase deserta nos dias de hoje podemos assistir em silencio a beleza do parque Natural do Tejo internacional, avistando aves e veados. A sua envolvencia é entre as gentes das Cegonhas, Couto Dos Correias e Soalheira. Fora Vila em 1510 a 1836, hoje quase despovoada mas com muito cheiro a tradição. Podia falar do cordeiro e do queijo que marca esta Aldeia com grande requinte, mas não. Trago-vos a sopa de feijão, tão rude como o rosmaninhos que percorrem os caminhos e a pureza de quem lá vive. Junto de gentes antigas que tive o prazer de conversar, para cozinhar esta  sopa devemos usar o feijão  redondo (muito usual nesta Beira interior raiana)  dizem que fica com o " molho mais grosso" [caldo consistente] .    Demolhar o feijão em água fria de um dia para

Bolo de noz com massa folhada [ adesso tu]

  As minhas conversas às  6h manhã com a minha Teté.  São 39 anos que nós carregamos de amizade, jamais esquecer os tempos na escola, as brincadeiras... A Teresa era a nossa 'adesso tu' ♡♡♡  Hoje vive com Miguel que também era meu colega de carteira, era o mais preguiçoso mas era aquele que todos queriam ajudar!  Os dois juntos é maravilhoso!!  Adoro-vos muito. Ai quando te abraçar♡♡♡ Theresa enviou a mensagem: 5 de Fevereiro às 11:15 Zezinha tudo bem? Enviaste a mensagem: 5 de Fevereiro às 11:15 Sim Enviaste a mensagem: 5 de Fevereiro às 11:15 E vós? Theresa enviou a mensagem: 5 de Fevereiro às 11:15 Nós tudo bem. Olha o Mike faz anos daqui a uns dias e eu perguntei-lhe que bolo é que lhe apetecia( devia ter estado calada) e ele quer um bolo de noz com massa folhada no meio...decorado com chantilly e ananas...se fosse gaja diria que estava grávida... Tens alguma receita parecida????? Enviaste a mensagem: 5 de Fevereiro às 11:16 Já vou ver Theresa enviou a mensagem: 5 de Fevere

Pastéis de pombinhos Infanta D.Maria

E na cozinha usa-se a História, no final do século XVII, a utilização do açafrão, do açúcar e das mais variadas especiarias, incluindo os diversos tipos de pimentas, é um dos elementos em que se pode compreender o poder económico do império Português, que podia mandar vir dos lugares mais distantes do globo alimentos que custavam fortunas. e uns séculos antes... O Tratado da cozinha portuguesa, do século XV, onde Infanta D, Maria o escreve á mão, "Pastéis de pombinhos Tomem os pombinhos já limpos e dêem-lhes uns cortes na carne, colocando dentro fatias de toucinho. Temperem-nos a gosto, levando-os ao fogo, a cozer. Façam a massa de pastelão e coloquem dentro os pombinhos, com caldo de vaca, de carneiro ou de galinha, e um pouco de agraço ou caldo de limão. Cubram tudo com a mesma massa do pastelão, e levem a forno brando."

Massa folhada (ao II confinamento)

Massa folhada tem sua história tão baralhada como as voltas que se lhe têm que dar. Contam que esta maravilha da gastronomia tenha sido inventada ainda na Antiguidade. Provavelmente por egípcios antigos ou gregos mitológicos. E hoje o pequeno almoço do filho foi mini Palmiers O segredo para mim é na água gelada! 0,5 kg de farinha de trigo Sal q.b. 2,5 dl de água gelada 0,5 kg de margarina Farinha para polvilhar q.b. Coloque a farinha em vulcão sobre a mesa,, deite nesta uma pitada de sal e a água e comece a amassar com cuidado, sempre do lado de dentro, até a farinha e a água estarem completamente ligadas. Bata bem a massa para ficar fofa e ganhar elasticidade. Forme uma bola. Agasalhe a massa com um pano húmido e deixe repousar cerca de meia hora. Polvilhe depois a mesa com farinha, ponha sobre esta a bola de massa e golpeie-a em cruz, sem cortar muito (até meio).Depois de golpeada em cruz, estenda com o rolo da massa as 4 pontas (ficando um envelope com a manteiga no meio), deixando

A Páscoa e nós mulheres

A Páscoa e nós mulheres! Elas estavam presentes na morte de Jesus (Lucas 23, 49) impotentes e persistentes até o fim... viram de longe a morte e sua declaração de fim. Elas tinham um motivo, um desejo, uma vontade de não deixar a morte dizer a ultima palavra. Elas preparam perfumes para o corpo de Jesus. Elas sempre com Jesus Folar de Páscoa ( miminho da Maria Caldeira de Sousa) 1 laranja (sumo e casca) 500g farinha 25g de fermento padeiro fresco 1\2 de natas frescas 1 calice de aguardente 170g de mel de carvalho\castanheiro 1/2 vagem de baunilha 2 colheres de chá de erva doce 2 ovos 1 gema para brunir 1ovo sal qb Farinha em vulcão, fermento desfeito em água morna e sal, colocar ingredientes um a um e amassar á mão, sem medos, nem colheres, ate que a massa se descole do recipiente. deixar levedar até dobrar o tamanho. Formar uma bola, colocar o ovo e a trança em cruz, reserve em sitio ameno 30 a 40 minutos, pincelar com a gema, pintando todo o folar, forno a 180° pre aquecido, Amor e

Esparregado de Favas (beira interior sul, receita original dos rurais)

Como era Alimentação Medieval das gentes do povo? Os pobres não estão incluídos. E por mais que nós tentemos, nunca se irá saber na totalidade do que é que o povo se alimentava e quais as suas receitas. Não existem registos da prática alimentar camponesa, só da aristocrática, do Clero e da Burguesia. Quase todos os documentos sobre os quais se baseiam as pesquisas sobre a alimentação na Idade Média vêm dos escritos preservados nas ordens monásticas, porque essas eram as únicas que tinham tempo e conhecimento suficientes para as escrever... Esparregado de Favas (beira interior sul, receita original dos rurais) Transcrição oral 1 kg de vagens de fava (ainda sem grão) 4 dentinhos de alho 80g de amido de milho ou semola de trigo sal, azeite qb vinagre qb Depois de migadas as vagens, fritam-se no azeite e alho, muito bem fritas, seguidamente une-se com o amido ou a sémola, vinagre por fim.

Almôndegas de coelho -Apicius

Hoje escrevo-vos sobre Marcus Gavius , uma das minhas paixões dentro da história clássica! A dieta, na Antiguidade era fundamentada por vida saudável, cura e exercício frequentes, descansos, purgas e banhos regulares.Durante o reinado de Tibério, cerca de 25 a.C, nasce Apício, pertencente à pequena aristocracia, filho de cavaleiro e amigo de membros da família imperial, de grande fortuna e fama.Embora Apício fosse um excêntrico cozinheiro, a sua preocupação era ter a melhor qualidade, marcar a diferença com os melhores produtos. Os ataques frequentes e repulsa a Apício, deviam-se à forma de cozinha refinada e original, fora do regime “VEGETARIANO” que na época se vivia. Dignificando a harmonia entre os cozinhados e o seu sabor, perfumando cada prato - muito contemporâneo “Apício”. Trago-vos uma das receita de cunho pessoal inspirada em Apício, para vos mimar: Almôndegas de coelho 1 coelho 1/4 de chouriço de carne 30g de azeite 2 cebolas roxas 3 dentes de alho molho de ervas (salsa, coe

Bolo de cenoura

Inspirada na origem geográfica Judaica, apresento-vos o meu Bolo de cenoura em entrega á Aldeia Histórica de Belmonte a mais judaica das gémeas 12. A culinária judaica é uma das mais saborosas e tradicionais que se têm registo, no entanto, pouco se modificou no decorrer de séculos de história em sua formação cultural. Originalmente, essa cozinha enfatizava os sete elementos bíblicos citados no Deuteronómio: a cevada, o trigo, a azeitona, o figo, a romã, a tâmara e as ervas. E há alguns milênios atrás, as comidas eram rústicas, elaboradas pelas mãos de camponesas judias, que foram transmitindo as receitas oralmente para suas filhas, como uma das formas de manter a identidade e a união de um povo escolhido. Optei pela religião na escolha de receituário gastronómico, pois a culinária reflete história, hábitos e costumes de seus comensais. Quando pensamos na comida judaica, que se adaptou às necessidades de seu povo no decorrer da história entendemos a veracidade de ambas. Quando os roma

RECEITA de uma análise positiva

 Mas não sou eu que importo... Dia 9 de Dezembro de 2020, o dia em que troquei as queimaduras do fogão por um teste positivo ao vírus SARS-COV 2. Não podia ter acontecido, como?  Questiono-me muitas vezes como falhei, Mas a resposta foi sempre a mesma; permissiva e a falta de consciência alheia. Fechei o meu estabelecimento, disse não a tantas reservas, chorei cada vez que negava aquilo que mais gostava de fazer, Cozinhar, chorei porque contagiei o meu marido e o meu filho (que responsabilidade, meu Deus), Chorei pq não tenho forças para estudar (que frustração) e ainda tenho que ser grata por estar viva... Estou em casa fechada há 38 dias, doente, sem faturas e 2 "safts" (para quem entende, isto dói!), os sintomas foram imensos e graves, mas ainda tenho que mostrar gratidão por nada ser respiratório (até agora).  O Covid19 bateu-me á porta sem perguntar se podia entrar. E andam por ai todos a passarinhar. Uns bebem vinho pelos botecos que restam abertos, outros fazem fogueir

Caldinho de alface e coentros

  De inspiração greco-romana, vou cultivando o longo período da Era Vegetariana (não filosófica), onde os homens só comiam o que restava dos deuses. A alface romana, de folha resistente com talo grosso, conseguia trazer à memória o sabor amargo da sua seiva, símbolo dos tempos amargos vividos e impostos por Egípcios e Israelitas, usualmente comida por altura da Páscoa. Na atualidade, segundo Jean-Claude Rodet (2012) associada a bem-estar, compreendemos que a alface é um excelente antioxidante e é anticancerígena, devendo ser consumida regularmente! 1 alface romana (lactuca sativa) 2 chuchus (sechium edule) 1 cebola roxa (purpura cepa) 1 nabo com casca (brassica rapa) 1 fatia de gengibre (Zingiber officinale) Poejo (mentha pulegium) 1 folha de louro (laurus nobilis) 1 pitada de noz-moscada (myristica fragrans) ½ colher de café de pimenta preta (piper nigrum) Coentros (coriandrum sativum) 1 cabecinha de cravinho (syzygium aromaticum) 60 ml de azeite (Ervas da Zoé BIO) Água q.b. Sal q.b.